Pais de alunos e gestores de escolas cobram volta às aulas presenciais em Sete Lagoas

A prefeitura abriu, nesta semana, uma consulta pública para ouvir responsáveis e profissionais da educação sobre o retorno presencial. O questionário deve ficar disponível até o dia 15 de julho.

Reprodução Globo Minas

Um grupo formado por mães de alunos e gestores de escolas públicas e particulares de Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais, cobra da prefeitura uma previsão para a volta às aulas presenciais na cidade.

A prefeitura abriu, nesta semana, uma consulta pública para ouvir pais, responsáveis e profissionais da educação sobre o retorno presencial. O questionário deve ficar disponível até o dia 15 de julho.

“A gente ouviu do prefeito que era necessário aguardar a decisão da Justiça ser favorável, a imunização dos profissionais da educação e também o Minas Consciente autorizar o funcionamento. Mas, desde a semana passada, essas desculpas não colam mais, o estado já liberou as aulas presenciais na onda vermelha, e a gente continua sem uma perspectiva de retorno aqui”, afirma a jornalista Carolina Mendes.

O grupo já apelou até para outdoors na cidade reivindicando a reabertura das escolas com segurança. Um deles foi rasgado nesta semana.

“Não são placas que trazem mensagens ofensivas à prefeitura, pelo contrário. É um direito da população cobrar da prefeitura um posicionamento, um planejamento para este retorno das aulas. O movimento foi informado que o prefeito havia mandado cobrir uma das placas”, diz Carolina.

A filha da auxiliar de biblioteca Vívian de Resende estuda em uma escola municipal. A mãe está preocupada com o futuro da menina, que está sem aula há cerca de um ano e meio.

“A gente não tem uma aula online com as crianças, só tem mesmo as atividades postadas em grupos. Está ficando defasado o ensino em Sete Lagoas”, pontua.

O retorno das atividades presenciais dos alunos do 1º ao 5º ano foi autorizada pelo estado na onda vermelha do Minas Consciente, exceto nos que estão em cenário desfavorável. São 800 cidades aptas a reabrir as escolas, inclusive Sete Lagoas, mas as prefeituras têm autonomia para a decisão final.

O diretor pedagógico de uma escola particular de Sete Lagoas, Luiz Felipe de Vasconcelos, conta que a instituição já preparou tudo para receber os alunos: desde álcool em gel na entrada até carteiras com distanciamento. Mas ele ainda não tem ideia de quando vai poder receber os estudantes novamente.

“A gente consegue perceber um grande déficit de aprendizagem. Os professores tentam fazer um bom trabalho por meio do ensino remoto, porém a gente tem limitações. O desenvolvimento pedagógico não acontece somente com material didático, ele tem que ser presencial, precisa da interação do aluno para que possa desenvolver uma pessoa integral”, afirma Vasconcelos. 

O sindicato que representa os professores das escolas particulares do estado diz que é favorável à volta às aulas quando os docentes tiverem tomado as duas doses da vacina e todos os protocolos de segurança puderem ser seguidos. A reportagem não conseguiu contato com o sindicato dos servidores públicos de Sete Lagoas.

A prefeitura da cidade informou que, além da consulta pública, uma reunião vai ser realizada nesta quinta-feira (8) para discutir o assunto. Enquanto isso, as escolas seguem em reforma. Sobre a acusação de que o prefeito Duílio de Castro teria mandado cobrir outdoors, o município não se manifestou.

FONTEG1
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