Áudios de vereador de BH investigado por ‘rachadinha’ mostram negociações sobre salários de servidores

Vereador Rogerio Alkimin (PMN) é investigado por esquema de rachadinha — Foto: Rogerio Alkimin/Arquivo pessoal

A Câmara Municipal de Belo Horizonte apura duas denúncias de “rachadinha” contra o vereador Rogerio Alkimin (PMN). A reportagem da TV Globo teve acesso a mensagens do parlamentar que mostram negociações envolvendo salários de servidores.

“Então, ele está lotado. E não dou ele nada. E a hora que pagar a gráfica, eu vou trazer uns para abençoar mais dois, com o salário dele”, diz o parlamentar.

“Rachadinha” é uma prática irregular, que consiste em contratar servidores públicos mediante a imposição de ficar com parte do salário deles.

Rogério Alkimim (PMN) é suspeito de ter embolsado de R$ 55 mil a R$ 70 mil por mês, através de funcionários-fantasma.

Um destes funcionários-fantasma seria o tio do vereador. De acordo com o portal da transparência da Câmara Municipal, Messias Pereira da Silva recebia R$ 14 mil de salário para trabalhar no gabinete. Ele foi exonerado em março. O g1 procurou o gabinete do vereador, mas ninguém foi encontrado para falar sobre as funções de Messias. Ele também não foi localizado pela reportagem.

De acordo com uma das denúncias, assinada pela advogada Thais Otoni Fontella, “foi apurado que a moradia do senhor Messias fica em região humilde, localizada no bairro Duquesas II, na periferia de Santa Luzia (Grande BH), e que seus hábitos e estilo de vida são completamente incompatíveis com a remuneração supostamente recebida”.

Messias foi exonerado no dia 1º de março deste ano. Em um áudio que também integra as denúncias, o vereador faz referência ao tio e ao repasse do salário dele à uma gráfica.

“Quem ia ficar no lugar do meu tio, era quem? (…) eu pensei em falar com outros aqui dentro. Tinha que ser assim. Pegou aqui, entrega na gráfica. Senão, ia ser ‘bandeirão'”, diz o parlamentar.

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