No dia em quem foram completados seis meses do rompimento da barragem da Vale, que deixou 248 mortos e 22 desaparecidos em Brumadinho, na Grande BH, uma companhia de dança formada por moradores da região recontou o desastre no palco para mais de 10 mil pessoas e venceu uma das categorias do Festival de Joinville. Ele é considerado a maior competição de dança do mundo desde 2005, quando foi reconhecido pelo Guinness Book.
A Cia Jovem de Paraopeba, criada na cidade de mesmo nome, conquistou o 1º lugar na categoria grupo sênior da Dança Contemporânea na noite dessa quinta-feira, 26 de julho. Com a coreografia “Efeito Cascata”, eles representaram o sofrimento dos atingidos pelo rompimento da barragem em janeiro. Segundo o coreógrafo Alan Keller, os movimentos foram inspirados na avalanche de lama, que também estava representada nos figurinos.
A apresentação começa com 22 bailarinos no palco e, ao final, 45 pessoas representavam a cidade de Paraopeba, cujo rio de mesmo nome foi comprometido pelos rejeitos da mineração. Alan Keller convidou moradores da população ribeirinha, afetados pelo crime ambiental, para compôr o grupo. “Tínhamos o dever de contar essa história que mudou a vida de milhares de pessoas”, disse. Eles dançaram ao som de uma versão do Hino Nacional feita especialmente por Chico Lobo e Sérgio Pererê, com produção de Ricardo Gomes.