Filha do piloto do avião de Marília Mendonça processará Cemig por colisão com cabo

Argumento usado pelo advogado dela é de que deveria haver sinalização na torre de transmissão; estatal diz que estrutura estafa fora da zona de proteção

Filha do piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior, que conduzia a aeronave que sofreu um acidente e vitimou, além dele, Marília Mendonça e a equipe no início de novembro, Vitória Medeiros deve processar a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que é responsável por uma torre de distribuição cujo cabeamento foi atingido pelo avião antes da queda. A informação foi divulgada pela coluna “Grande Angular”, do “Metrópoles”, nesta quarta-feira (17).

Sergio Roberto Alonso, advogado de Vitória, informou à publicação que trabalha com a tese de que “se essa rede não estivesse lá, ou se ela estivesse sinalizada, o acidente não teria acontecido. O causador do acidente foi a rede não sinalizada”. a reportagem do Jornal O Tempo procurou o profissional do direito, mas não obteve retorno.

A sinalização citada pelo advogado são esferas laranjas de alerta que são usadas na rede de energia para que pilotos consigam enxergá-las. Contudo, a Cemig, em nota à reportagem, argumenta que, devido à torre não estar dentro da zona de proteção de aeródromos, não havia motivo para que ela fosse sinalizada.

“Reiteramos que a Cemig segue rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras e a regulamentação em vigor em todos os seus projetos. A sinalização por meio de esferas na cor laranja é exigida para torres em situações específicas, entre elas estar dentro de uma zona de proteção de aeródromos, o que não é o caso da torre que teve seu cabo atingido. As investigações das autoridades competentes irão esclarecer as causas do acidente. A Companhia mais uma vez lamenta esse trágico acidente e se solidariza com parentes e amigos das vítimas”, argumentou a estatal.

Contudo, o advogado defende que, devido à proximidade entre a zona e o cabeamento atingido, a sinalização deveria estar presente. “A zona de proteção vai até 4 km no raio do aeroporto e esse fio [de energia atingido pelo avião] estava a 5 km. A Cemig diz que a torre estava fora da zona de proteção. Mas, independentemente disso, como é uma linha que está na reta final do aeródromo e que interfere no tráfego, teria que sinalizar, independentemente da zona de proteção. Quem mexe com eletricidade e cria risco tem que tomar cuidado com os outros”, concluiu, na entrevista.

VIARedação
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