Cordisburgo: 134 anos de existência, 79 anos de liberdade

Há exatos 79 anos, o Arraial passava a ser cidade. A antiga Vista Alegre se transformava na atual Cordisburgo, a cidade do coração.

O povoado fundado há 134 anos pelo Padre João de Santo Antônio dava o salto a liberdade que sempre a povoou.

Berço da paleontologia brasileira, maravilhou o mundo com as belezas desbravadas por Lund na escuridão e profundezas de Maquiné.

A cidade que celebra a música – desde os bailes de Mugstones, às modas de viola de Jhoninho, chegando até a catira de Manuel do Norte; permanece também celebrando as tradições centenárias da folia de reis e do congado.

“Toda Terra tem seu João”, mas tratamos de ter o maior deles: Joãozito – João Rosa. Ele levou o sertão cordisburguense para o mundo – de Juca Bananeira a Diadorim. O burgo do coração coleciona ainda mais escritores, contistas, poetas, educadores de destaque – Vovô Felício, Francisco Timóteo, Mestre Candinho, Sinhá Araújo…

E assim como narrou Guimarães Rosa – “Tomando da inspiração da paisagem a loci opportunitas, declarou-se a erguer ao Sagrado Coração de Jesus um templo naquele mistério geográfico. Fê-lo e fez-se o arraial, a que o fundador chamou “O Burgo do Coração”. Só quase coração – pois onde chuva e sol e o claro do ar e o enquadro cedo revelam ser o espaço do mundo primeiro que tudo aberto ao supra-ordenado: influem, quando menos, uma noção mágica do universo.”

E no correr do dia a dia, o tempo de Cordisburgo passa mais devagarinho… Curtos passos percorrem a avenida principal ao qual leva o nome do fundador; aquela via liga a Igreja Matriz ao Portal do Sertão, passando pela casa de João e a Estação Ferroviária.

Neste cenário vivido por Guimarães, vivemos ainda hoje. Bicicletas e pedestres andam pela rua agora junto a carros e caminhões e periodicamente a carroças ou gado que por ali transladam.

O sertão não é mais o mesmo, mas o cordisburguense permanece com alma sertaneja – respira e vive a cultura mais autêntica: música, costumes, religiosidade. O cordisburguense é o autêntico personagem extraído da obra Roseana.

 

Eis aqui Cordisburgo.

VIARedação
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