Moradores da Serra do Cipó pedem na Justiça fechamento de espaços turísticos

Estabelecimentos estavam fechados desde o dia 2 de maio

Autorizados a funcionar para o feriado prolongado de Corpus Christi, restaurantes e pousadas na Serra do Cipó podem voltar a ser fechados. Moradores da região impetraram nesta quinta-feira (11) um pedido de liminar em busca da suspensão do decreto publicado pela prefeitura de Santana do Riacho.

Já no primeiro dia da autorização, a cidade amanheceu com grande movimentação de turistas, o que, para os moradores, pode ser um “gol contra no último segundo do segundo tempo”, segundo a analogia da fisioterapeuta Renata Vasconcelos. “Reconhecemos o esforço da prefeitura, da secretaria de Turismo e Meio Ambiente, mas isso deveria ter sido mais estudado, como pode soltar um decreto desse quando todos os arredores estão tomados [por casos de Covid-19]?”. A cidade, segundo a moradora, não tem nenhum caso de infecção pelo novo coronavírus confirmado.

O advogado aposentado Sérgio Gama, morador da Serra do Cipó, é um dos que está ajudando na mobilização contra a reabertura dos espaços, que considera absurda. “Justo no momento em que a curva de contaminação pela Covid está crescendo e acelerando, nesse município que não dispõe de um único leito hospitalar, nem de respiradores, e ainda tem um grande percentual de habitantes na faixa de risco”, critica.


Os moradores fizeram uma vaquinha on-line para arrecadar os recursos para impetrar a liminar. “Foi uma loucura as cenas que presenciamos e fotografamos, com restaurantes lotados, filas de carros, pessoas andando sem máscaras… Um grupo grande de motoqueiros, todos sem máscara”, detalhou Gama.

O advogado também criticou a insinuação do prefeito André Ferreira Torres (PTB) de que a reabertura seria um teste para a cidade. “Com que direito ele acha que pode, por decreto, fazer testes que implicam em risco de vida para uma população totalmente vulnerável pela ausência de uma infraestrutura hospitalar mínima?” questiona.

Um dos moradores mobilizados é o administrador Hiago Corrêa. “A preocupação é com todos que aqui moram, temos famílias e conhecidos que em grupo de risco, mais de 60% da população é idosa. Precisamos voltar o olhar para essas pessoas e buscar os devidos cuidados”, considera.


O decreto determina que os locais abram com 50% da capacidade e respeitando a recomendação de distanciamento social, além da obrigatoriedade do uso de máscaras por funcionários e clientes. Estes só podem tirar a máscara em espaços públicos quando estiverem se alimentando. A determinação vale apenas para a área do município de Santana do Riacho, que não contempla a região da Lapinha da Serra. Visitas a cachoeiras permanecem proibidas.

A prefeitura de Santana do Riacho foi procurada, mas ainda não respondeu com seu posicionamento sobre a liminar.

FONTEO Tempo
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