Delegado da PF diz que envolvidos na vacinação clandestina de BH não devem responder por crime

Circuito de segurança filmou falsa enfermeira levando vacinas para condomínio de luxo de BH. — Foto: Reprodução/Circuito de Segurança

A vacinação clandestina de empresários em Belo Horizonte completa um mês nesta sexta-feira (23). Em entrevista exclusiva à CBN, o delegado da Polícia Federal (PF) Rodrigo Morais confirmou que a principal suspeita é de que as pessoas tenham caído em um golpe e disse que, se isso se confirmar, elas não devem responder criminalmente.

A PF já ouviu mais de 50 pessoas no inquérito e aguarda análises das contas da falsa enfermeira, Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas, que aplicou as doses, para dimensionar o tamanho do esquema.

“Se chegarmos ao final e confirmarmos que aquilo não era vacina, que era qualquer outro produto e que foram vítimas de um golpe, na verdade a situação jurídica deles é de vítima de uma fraude. Então, criminalmente, a princípio, não haveria responsabilidade para essas pessoas. Tanto que muitas estão sendo chamadas a depor na qualidade de testemunha porque, sabidamente, a gente já tem informação de que não foi aplicado nenhuma vacina, embora acreditavam recebendo o imunizante pra Covid”, afirmou.

 

No dia 23 de março, cerca de 60 pessoas receberam supostas vacinas contra a Covid-19 em uma garagem de empresários do setor de transporte, na Região Noroeste da capital. A Polícia Federal já sabe que Cláudia Torres, a falsa enfermeira, vendia doses desde 2 de fevereiro. A corporação suspeita que mais de mil pessoas tenham comprado esse material, a R$ 600 reais as duas doses.


Após a entrevista, o delegado ressaltou à reportagem que “essa avaliação só poderá ser feita ao final da investigação, se forem refutadas completamente as possibilidades de importação ilegal ou desvio de vacinas do poder público”.

COMPARTILHAR

SEM COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA