Pastor é preso em Betim suspeito de estuprar enteada por quase dez anos

Foto: PCMG / Divulgação

Um pastor foi preso em Betim, na região metropolitana de BH,  suspeito de cometer diversos abusos contra a enteada, de 15 anos. O líder religioso, de 41, teria iniciado a série de estupros quando a menor tinha apenas 6 anos. A Polícia Civil agora investiga se ele, que já passou por cerca de quatro igrejas da cidade, fez outras vítimas.

Segundo a delegada Ariadne Elloise Coelho, as investigações do caso, coordenadas pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), começaram após a polícia receber denúncias anônimas e um familiar da vítima ter registrado um boletim de ocorrência.

“A menina relatou claramente que, desde os 6 anos, o suspeito passou a tocar o corpo dela em atos libidinosos diversos, inclusive fazendo sexo oral, e ainda dava dinheiro para que ela não contasse para ninguém”, diz a delegada.

Ainda de acordo com a responsável pelas investigações, à medida que a criança foi crescendo, ela começou a recusar as investidas do padrasto. “A adolescente descobriu que ele fez um furo no banheiro para filmá-la, e com o próprio celular, registrou o delito”, detalha.

SEM APOIO DA MÃE

Segundo a delegada, a vítima chegou a mostrar para a mãe a gravação na intenção de provar os atos de abusos cometidos pelo padrasto, mas foi repreendida com um tapa no rosto: “Essa mãe não acreditou na filha e ainda falou para familiares que a menina estaria ‘endemoniada’ e que tudo era mentira”.

Conforme consta nos autos das investigações, em dezembro de 2021, o namorado da adolescente decidiu ligar para um tio dela e contar sobre os abusos cometidos pelo suspeito. Esse tio, então, procurou a mãe da menina, que afirmou, mais uma vez, que a filha mentia. Já o suspeito, após ver as imagens gravadas pela adolescente, confessou o delito e alegou que seria uma “fraqueza da carne”. No entanto, durante as declarações dele à polícia, o suspeito disse que teria apenas filmado a enteada, negando os outros abusos.

De acordo com a Polícia Civil, mesmo diante da pressão da família, a mãe da vítima tentou persuadir todos a não denunciarem o crime. “Ela inclusive abriu a mão da guarda da adolescente para que os fatos não fossem levados ao conhecimento da polícia”, afirma a delegada.

A adolescente está sob os cuidados de tios maternos. Já o pastor teve a prisão temporária decretada e será indiciado pelo crime de estupro de vulnerável, podendo pegar a pena de até 12 anos.  A mãe da vítima poderá responder criminalmente pela omissão. Segundo a delegada, as investigações continuam para averiguar se existem outras vítimas de abuso por parte do suspeito.

VIARedação
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