Helicóptero que caiu na Grande BH estava em voo de treinamento, diz escola de aviação

A Efai – Escola de Aviação Civil, proprietária do helicóptero que caiu em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (11), informou que o acidente ocorreu durante um voo de treinamento.

Estavam a bordo o instrutor de voo da empresa, o comandante Roberto Carlos Belmiro, e o aluno do curso de piloto privado de helicóptero, comandante Alexandre Mitkiewicz.

Em nota oficial publicada em uma rede social, a Efai disse que um “problema ainda não identificado” fez com que a aeronave, que decolou por volta das 8h35, não tivesse o ganho de altura esperado (leia a nota na íntegra ao final desta reportagem).

De acordo com a empresa, o instrutor tentou “efetuar um pouso de precaução no pátio de uma transportadora localizada no eixo de decolagem”. No entanto, “a aeronave entrou em giro e, antes do choque com o solo, colidiu com sua cauda em um dos caminhões estacionados no pátio”.

Ferimentos leves

O helicóptero sofreu danos graves, mas, conforme a escola de aviação, os dois ocupantes tiveram ferimentos leves e foram socorridos conscientes, informação que já havia sido confirmada pelo Corpo de Bombeiros. Ambos foram encaminhados para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte.

A Efai informou, ainda, que o Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III) foi informado e está preparando uma equipe para se deslocar do Rio de Janeiro para Contagem, para a ação inicial no local do acidente.

“A EFAI providenciou a guarda do local como forma de preservar indícios que certamente irão auxiliar na investigação. Após essa ação inicial, segue-se a investigação conduzida por uma comissão formada por oficiais, graduados e técnicos do SERIPA III visando levantar os fatores contribuintes para o acidente, com vistas à prevenção de outros semelhantes”, disse a empresa, em nota.

Roberto Carlos Belmiro estava no helicóptero que caiu em Contagem e foi resgatado com vida — Foto: Efai/ Reprodução

Ainda segundo a empresa, “a aeronave estava sendo operada dentro dos limites de peso e balanceamento para as condições ambientes reinantes no momento do acidente”, e “os pilotos estão com as respectivas habilitações e certificado médico aeronáutico também válidos”.

A escola de aviação afirmou que reforça “a importância que a segurança de voo sempre teve, e continuará tendo, em suas operações”.

O acidente

Um helicóptero caiu em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (11). O acidente ocorreu no bairro Chácara Boa Vista, ao lado da Efai – Escola de Aviação Civil.

Segundo o Corpo de Bombeiros, duas pessoas estavam na aeronave. Eles foram socorridos conscientes.

De acordo com os bombeiros, por volta das 9h10, a aeronave ainda tinha risco de explodir, mas não havia chamas.

“O acidente aconteceu no momento da decolagem. A aeronave, aparentemente, perdeu potência, e ela acabou colidindo com o caminhão-baú. Depois colidindo ao solo. O piloto parece que reduziu um pouco a potência, então não teve muita energia na queda. Não teve ignição, não teve nenhuma combustão, e os ocupantes foram retirados sem maiores intercorrências”, disse o tenente Rodrigo Munaiee.

Após o acidente, os militares isolaram o local e fizeram a retirada da bateria da aeronave para minimizar os riscos.

Batida em caminhão

O motorista Ronaldo Gerônimo havia acabado de estacionar seu caminhão quando o acidente aconteceu. O helicóptero acabou colidindo contra o veículo dele.

Por sorte, ele já estava do lado de fora no momento em que o caminhão foi atingido. O baú refrigerado, que está carregado com chocolates, ficou danificado.

Características do helicóptero

 

Segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o helicóptero, um Guimbal Cabri G2, pertence à Efai, uma escola de pilotagem, e foi fabricado em 2015.

A aeronave comporta até 700 kg e pode levar apenas um passageiro. Ela possui um Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) válido até janeiro de 2023 e situação normal de aeronavegabilidade.

Em nota, a Aeronáutica confirmou que investigadores do Seripa III foram acionados para realizar a ação inicial da ocorrência envolvendo o helicóptero.

“Na Ação Inicial os investigadores identificam indícios, fotografam cenas, retiram partes da aeronave para análise, ouvem relatos de testemunhas, reúnem documentos, etc. Não existe um tempo previsto para essa atividade ocorrer, dependendo sempre da complexidade da ocorrência”, afirmou.

Leia a nota da escola na íntegra:

 

A EFAI – Escola de Aviação Civil Ltda. vem, com pesar, passar as informações disponíveis no momento a respeito do acidente ocorrido na manhã de hoje (11/04/2022) com uma de suas aeronaves.

A aeronave, um Cabri G2 (PR-EFC), de propriedade da Escola decolou do heliponto EFAI (SNHN) por volta das 08h35 para um voo de treinamento, tendo a bordo o Cmt. Alexandre Mitkiewicz, aluno do Curso de PPH (Piloto Privado de Helicóptero); e o Cmt. Roberto Carlos Belmiro, Instrutor da EFAI.

Logo após a decolagem, por problema ainda não identificado e que será fruto de investigação pelo órgão competente, a aeronave não obteve o ganho de altura esperado. o instrutor buscou, então, efetuar um pouso de precaução no pátio de uma transportadora localizada no eixo de decolagem. A aeronave entrou em giro e, antes do choque com o solo, colidiu com sua cauda em um dos caminhões estacionados no pátio.

A aeronave sofreu danos graves. A integridade física dos ocupantes, no entanto, foi preservada graças às características anti-crash do Cabri. Tanto aluno quanto instrutor sofreram apenas ferimentos leves, tendo sido retirados conscientes da aeronave e, posteriormente, sido removidos para o Hospital João XXIII para exames mais detalhados.

O Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – SERIPA III foi informado e está preparando uma equipe para se deslocar do Rio de Janeiro (sua sede) para Contagem com o objetivo de realizar a ação inicial no local do acidente, atividade que deverá ocorrer amanhã. A EFAI providenciou a guarda do local como forma se preservar indícios que certamente irão auxiliar na investigação. Após essa ação inicial, segue-se a investigação conduzida por uma Comissão formada por oficiais, graduados e técnicos do SERIPA III visando levantar os fatores contribuintes para o acidente, com vistas à prevenção de outros semelhantes.

A aeronave está com seu certificado de aeronavegabilidade válido e estava sendo operada dentro dos limites de peso e balanceamento para as condições ambientes reinantes no momento do acidente. Os pilotos estão com as respectivas habilitações e certificado médico aeronáutico também válidos.

Merece destaque a pronta resposta dos órgão acionados pelo PRE (Plano de Resposta à Emergências) da EFAI. Ao ser informada a ocorrência ao APP-BH (Centro de Controle de Aproximação de Belo Horizonte – Órgão do Departamento de Controle de Tráfego Aéreo), este desencadeou as ações de atendimento à emergência, prontamente atendidas pelo Corpo de Bombeiros, também acionado pela Coordenação do Centro de Gerenciamento de Crise da EFAI. Em poucos minutos chegaram ao local uma ambulância do Corpo de Bombeiros e uma aeronave do BOA – Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de MG. Também estiveram presentes no local duas ambulâncias do SAMU, que foi acionado pelo pessoal da transportadora logo após a queda da aeronave. Em conjunto, as Unidades presentes prestaram o atendimento pré-hospitalar aos tripulantes, provendo também todo o apoio necessário à sua posterior remoção.

A EFAI encerra essa nota reforçando sua crença de que o nível de Segurança de Voo das aeronaves em geral, e dos helicópteros em particular é, significativamente, dependente da formação inicial do piloto. E, dessa forma, reforça também a importância que a Segurança de Voo sempre teve, e continuará tendo, em suas operações.”

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