Dois adolescentes morrem após grupo se passar por policiais, em Belo Horizonte

Ainda na manhã desta quinta, cápsulas e sangue eram encontrados na cena do crime — Foto: Videopress Produtora

Um adolescente de 15 anos e outro de 17 anos morreram por volta das 23h dessa quarta-feira (29) no bairro Santa Margarida, região do Barreiro, em Belo Horizonte. As vítimas e outros amigos foram abordados na avenida Álvaro da Silveira por um grupo que se passou por policiais.

De acordo com uma testemunha ouvida pela polícia, três indivíduos desceram de um carro e abordaram o grupo de amigos, pedindo para que colocassem a mão na cabeça e se virassem para a parede. Nesse momento, um dos homens atirou na cabeça de um dos adolescentes. No momento de pânico, todos os outros saíram correndo, quando o outro menor também foi atingido, a cerca de 15 metros de distância do amigo.

Quando os militares chegaram no local, se depararam com os dois corpos caídos de barriga para baixo, com ferimentos na cabeça e com exposição de massa encefálica. Ambos estavam sem sinais vitais e com rigidez cadavérica, por isso não foi feita a tentativa de socorro para preservar a cena do crime.

Enquanto aguardavam as retiradas dos corpos, os policiais foram abordados por uma mulher que perguntou “quem tinha morrido”. Poucos metros depois, ela entrou em um carro com quatro homens. Depois de perceber que a mulher podia ter tentado se certificar sobre as vítimas do crime, a polícia foi atrás e abordou o veículo. A mulher disse que é esposa de um homem que está preso, mas ainda assim em contato constante com os traficantes da região. Após a morte do chefe do tráfico no Santa Margarida, o marido dela está tentando dominar o crime por lá, o que poderia ser motivo para o duplo homicídio.

Perto de onde ocorreu o crime, há uma loja de bicicletas com câmeras de segurança que podem ajudar nas investigações. Os autores não foram localizados.

Uma testemunha ouvida pela reportagem disse que ouviu os disparos entre 22h30 e 23h e que pareciam ser de metralhadoras ou outra arma automática porque foram tiros sequenciados. “A gente fica com medo e evita de sair na rua. Não sei quem são os adolescentes e nem saí na rua, então não consigo falar se era da região. Aqui é tranquilo, moro aqui há bastante tempo, coisas acontecem, todo lugar tem problemas, mas nunca tinha presenciado isso não”, relatou sob anonimato um morador.

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