Bebê de um ano morre vítima de leishmaniose em Patos de Minas

Mosquito-palha é o transmissor da leishmaniose — Foto: James Gathany/Commons

Uma bebê de um ano e 11 meses morreu com leishmaniose em Patos de Minas, na região Alto Paranaíba de Minas Gerais. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde da cidade. A morte ocorreu no último dia 7 de julho, mas foi divulgada nesta segunda-feira (12).

A criança é natural de Rio Pardo de Minas, no Norte do Estado, e deu entrada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Patos de Minas, no último dia 29 de junho. “A mãe relatou febre na filha há três semanas, acompanhada de dor abdominal. A equipe médica verificou também manchas pelo corpo da criança. Exames complementares foram realizados na data da internação, com resultado na quinta-feira, 30/6. Foram constatadas anemia, leucopenia e plaquetopenia. Ainda na UPA, foi colhido material para confirmar a suspeita de leishmaniose, sendo o resultado positivo conhecido em 6/7”, informou a prefeitura por nota.

Por causa da necessidade de hemotransfusão foi tentada a transferência da criança para o Hospital Regional Antônio Dias (HRAD) mas por duas vezes a entrada da criança foi negada na unidade de saúde. Por causa do risco eminente de morte da bebê, foi registrado um boletim de ocorrência sobre as negativas.

“Na tentativa de garantir assistência a paciente, a equipe da UPA retornou com a criança para a unidade. Embora não seja hospital e não tenha, portanto, estrutura para realizar transfusão de sangue, a unidade, com acompanhamento de um pediatra, transfundiu a paciente depois de ser necessária intensa mobilização para o Hemonúcleo de Patos de Minas liberar as bolsas de sangue”, escreveu a prefeitura por nota.

No dia 2 de julho, a paciente conseguiu atendimento no hospital e depois foi transferida para uma uma unidade de saúde particular, no entanto por causa da gravidade do quadro, a menina morreu no dia 7 de julho.  “Segundo relatos da própria mãe, a criança contraiu leishmaniose em Rio Pardo de Minas e começou a apresentar os primeiros sintomas três dias após terem se mudado para uma fazenda próxima ao distrito de Santana de Patos. Portanto, como já investigado e constatado pela Vigilância Epidemiológica, trata-se de um caso importado da doença” enfatizou a prefeitura de Patos de Minas.

O executivo informou ainda que toda a assistência necessária e possível foi dada a criança e que o município lamenta e se solidariza com a morte da bebê. “A prefeitura ressalta que conhece as limitações e deficiências da rede municipal de saúde e, exatamente por isso, tem trabalhado diariamente para melhorá-la. Exemplos disso são a contratação de mais profissionais para a UPA assim como a reforma dessa unidade, o lançamento do Corujão da Saúde (para desafogar o pronto atendimento) e a destinação de recursos para abertura e manutenção da Santa Casa de Misericórdia; lembra-se ainda do esforço da prefeitura, por meio de seus agentes, para garantir a ampliação do HRAD, conquista recentemente anunciada”, concluiu a administração do município.

A reportagem de O TEMPO procurou a Secretaria de Estado de Saúde para pegar mais informações desse e de outros casos da doença  que possam ocorrer no Estado e aguarda retorno. A reportagem tambepem tenta contato com a Fhemig, responsável pelo HRAD para obter mais informações sobre o ocorrido.

O que é a Leishmaniose

Segundo a Fiocruz a enfermidade é “causada por parasitas do gênero Leishmania, transmitidos por algumas espécies de insetos flebotomíneos, também conhecidos como mosquito palha, tatuquira ou birigui. A doença pode ser classificada em duas formas: leishmaniose tegumentar ou cutânea (LT), que ataca a pele e as mucosas; e a visceral ou calazar, que sobrecarrega os órgãos internos, como o fígado, baço e medula óssea”, explica a entidade.

A doença pode matar e é mais comum em áreas rurais. As fontes de infecção das leishmanioses são geralmente os animais silvestres e os insetos flebotomíneos mas o hospedeiro também pode ser o cão doméstico e o cavalo, por exemplo.

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