Antes de matar e deixar corpo de ex na BR-040, homem a pressionou por dinheiro

Foto: Divulgação

Preso desde o último sábado (25 de fevereiro), Luiz Gustavo Lopes Silva é apontado pela Polícia Civil como o principal suspeito de matar a ex-namorada, Monique Ferreira da Costa, de 21 anos, a embalar em plástico bolha e abandonar o corpo na BR-040. O crime estaria ligado a uma desavença entre eles em relação a uma dívida de Luiz com agiotas.

A informação foi repassada nesta segunda-feira (26) pela Polícia Civil, que já pediu a prisão preventiva do suspeito. Luiz foi detido no apartamento de Monique, que fica no bairro Industrial, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, no momento em que se preparava para se livrar de provas e, em seguida, fugir para o Estado de São Paulo.

Dívidas e contradições

De acordo com o delegado Alexandre Fonseca, o histórico do casal não apontava para nenhuma violência ou pedido de medida protetiva. No entanto, Luiz – que já não tinha um relacionamento formal mais com Monique – continuava insistindo com a vítima para que ela o ajudasse a pagar dívidas. Em um desacerto entre ambos, Luiz teria cometido o feminicídio.

“A gente tem informações que esse suspeito deve muito dinheiro para agiotas e a vítima já havia pago uma dessas vítimas e ele estava querendo mais dinheiro para continuar pagando. A gente acha que a vítima não quer mais bancar essas despesas, ele não aceitou, ou talvez ele tenha subtraído mais dinheiro dela no dia 13 e ela não aceitou, e é aí que houve o homicídio”, explica.

No dia 15 de fevereiro, quando o desaparecimento de Monique foi registrado junto a Polícia Civil, Luiz chegou a comparecer a delegacia e conversar com os investigadores. Segundo o delegado Ramalho, a partir desse momento ele passou a ser considerado suspeito.

“Ele contou que estava sendo ameaçado por agiotas e que suspeitava que Monique tinha sido sequestrada em razão disso. Mas além do nervosismo, ele apresentava marcas no antebraço que indicavam luta corporal”, explica Ramalho.

Ainda durante essa fala, Luiz apresentou uma versão sobre o dia do crime que foi desmentida pela investigação. “Ele nos disse que esteve com a Monique no dia 13, e que ela saiu para academia e já voltou o mandando embora, tendo ele ficado no apartamento até 23h30. Depois ele disse que voltou para casa, tomou um banho e foi para um motel com uma amiga, onde passou toda a noite. Mas nós tivemos imagens das câmeras de segurança da casa ao lado da vítima que indicam que ele esteve no apartamento. Chegou acompanhando dela às 21h40 e saiu às 3h. Ou seja, ele mentiu”, diz.

Nesse intervalo de tempo, a Polícia Civil teve acesso a uma mensagem de Whatsapp onde Monique conversa com uma amiga e diz que deveria desmarcar a ida a uma festa na mesma noite pois estava com problemas pessoais que seriam resolvidos na delegacia – essa foi a última mensagem da vítima.

A investigação apontou que Monique foi morta por volta das 22h, estrangulada. Antes da morte, a suspeita é a de que a vítima tenha lutado com o ex-namorado. No apartamento dela, Luiz tentou se desfazer do colchão e da cama, que apresentavam marcas de sangue.

O corpo da jovem foi encontrado no último dia 17, às margens da BR-040, em Ouro Preto, na região Central de Minas. Segundo uma familiar da vítima, o laudo da Polícia Civil constatou que ela foi estrangulada e enrolada em plástico bolha e lençóis, antes de ser abandonada na beira da rodovia.

VIARedação
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