Há 11 dias, os moradores de São Vicente, distrito de Baldim, cidade localizada na região Central de Minas Gerais, enfrentam dificuldades para ter acesso à água potável, devido a uma falha em uma das bombas do poço de distribuição da localidade. Com previsão de normalização do serviço apenas para a próxima quinta-feira (6), e contando com quatro caminhões-pipa diários disponibilizados pela Copasa, responsável pelo abastecimento no local, eles aguardam uma solução por parte da companhia enquanto convivem com as portas dos comércios fechadas.
É o caso do cabelereiro Márcio da Paixão. Sem conseguir água para higienizar seus equipamentos e salão, ele precisou fechar o empreendimento desde a última semana enquanto espera solução por parte da Copasa.
“Não tem como abrir as portas. Imagina o cliente chegar com tesouras e chão sujos? A água que temos, que vem do caminhão-pipa, fica mais para o consumo. Está complicado. Há 11 dias estamos sem água e a Copasa fica apenas na promessa”, reclamou Márcio, que não soube estimar o tamanho do seu prejuízo.
O mesmo se aplica à auxiliar administrativa Carla Barros. Segundo ela, enquanto o distrito vem funcionando com serviços básicos para atender a população, moradores buscam água em Baldim e arredores para conseguir contornar a escassez e não depender somente dos caminhões-pipa e águas mineiras disponibilizados pela companhia, já que nem todos conseguem ter acesso aos recursos.
“A situação é caótica, crítica, e a água não chega para todos. Eu mesmo moro na parte alta da cidade e consigo abastecimento. Porém, minha mãe, que mora na parte baixa, não tem a mesma sorte, e precisa ir buscar água em uma bomba de uma fazenda próxima aqui. Veja bem: uma senhora, de 70 anos, precisa caminhar com baldes para conseguir água. Não está fácil. A Copasa demorou para agir e estamos sendo prejudicados”, reclama Carla, que foi uma das manifestantes que fecharam os dois sentidos da MG-010 na manhã do último domingo (2), chamando a atenção para o problema vivido em São Vicente.
Natural da comunidade, o vereador de Baldim Airton Eustáquio de Paula, mais conhecido como Melado, lamentou o problema. “Estavam tirando água do nosso poço e levando para outra comunidade, mas agora ficamos sem água. A Copasa até agora não informa ao certo o que aconteceu. Apenas deram previsão de arrumarem a bomba até a próxima quinta”, disse Airton.
Em nota, a Copasa confirmou que o abastecimento na cidade está sendo feito por caminhões-pipa. Segundo a companhia, técnicos da empresa estão trabalhando de forma ininterrupta para solucionar a falha em uma das bombas de distribuição de água do poço que abastece a localidade.
Ainda segundo a companhia, o excesso de humidade no poço faz com que os técnicos tenham dificuldade para normalizar o fornecimento de água. Por isso, a previsão está estimada para a próxima quinta-feira A companhia ainda pede a compreensão e colaboração dos moradores para o uso racional de água no período.
A reportagem tentou entrar em contato com a prefeitura de Baldim para saber dos efeitos da escassez no distrito, mas não obteve resposta até a publicação.
