Barragem rompe, mata 1 tonelada de peixes e assusta moradores na Zona da Mata

Pelo menos 1 tonelada de peixes e outros animais, como capivaras, apareceram mortos em Rio Casca (WhatsApp/Reprodução

Pelo menos uma tonelada de peixes e outros animais, como capivaras, apareceram mortos em Rio Casca, na Zona da Mata, nessa sexta-feira (1º). Segundo a Polícia Militar de Meio Ambiente, houve um rompimento de uma barragem de dejetos de uma suinocultura na Zona Rural de Urucânia, na mesma região.

O sustento de famílias, que já está difícil em decorrência da Covid-19, pode ficar ainda mais complicado. O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) deve ser acionado nesta segunda-feira (4).

De acordo com a polícia, no momento em que chegaram ao local, foram recolhidos aproximadamente 100 kg de peixes mortos. Contudo, mais de 1 tonelada já havia sido retirada do local antes da chegada das autoridades.

As autoridades ainda informaram que, durante as diligências, verificou-se que a fonte poluidora seria proveniente do rompimento da lagoa de dejetos de uma granja de Urucânia, onde funciona atividade de suinocultura. A lagoa, que recebe os dejetos sem tratamento, tem dimensões de 52 m² de comprimento por 40 m² de largura, com 6 metros de profundidade. São 12 mil m³.

Rastro de destruição

Os dejetos atingiram, inicialmente, um pequeno trecho de vegetação nativa e pastagem. Também chegaram até os quintais das residências de moradores da colônia próximo a granja. No total, cinco famílias foram atingidas. Depois, a lama atingiu toda a extensão de um pequeno córrego (1,2 km).




Em um efeito cascata, os dejetos desceram e chegaram ao Rio Casca, percorrendo, até o momento, 10,9 km. Em vídeos e fotos que circulam pelas redes sociais, é possível ver muitos peixes mortos e até capivaras.

José Paulo Ribeiro Fontes Jr. nasceu em Rio Casca e é ativo na comunidade. Ele conta que o descaso com o rio é antigo. “Não é de hoje que esse rio é maltratado, principalmente pelos produtores de porco. E, dessa vez, parece que eles erraram a mão feio. O que mais me preocupa agora é o consumo da água pelo povo de Rio Casca, para beber, para tudo. Esse rio abastece a cidade toda”, explicou.

Além disso, ele contou que a atividade econômica de moradores pode ser afetada. “Muitas famílias também dependem da pesca, e estão perdendo seu sustento. Os peixes mortos não param de subir. Sexta, sábado, e continua subindo peixe morto até hoje [domingo]. É preciso tomar providências urgentes”, completou José Paulo.

Medidas serão tomadas

O vereador Alexandre Pinto Coelho (PT) relatou que ainda tem poucas informações sobre o caso, mas o Ministério Público deverá ser acionado nesta segunda-feira. “A Polícia Ambiental já fez todo o procedimento, e a Copasa assegurou a qualidade da água. Vamos acionar as autoridades competentes nesta segunda, pois durante o feriado é bem complicado. Amanhã [segunda] mesmo já vou me reunir, coletar informações e tomar as devidas providências”, informou.




O secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, Amon Cosmo Gurgel Moreira, falou sobre a morte dos peixes e sobre a preocupação com a abastecimento de água na cidade. “Não houve nenhum problema [em relação ao abastecimento], segundo a Copasa. A localização exata e o proprietário [do local] ainda não foram localizados, estamos aguardando informações”.

O NEA (Núcleo de Emergência Ambiental) e a perícia técnica foram acionados. Segundo a polícia, os trabalhos continuam, e providências administrativas e penais serão tomadas, além de ações para a reparação do meio ambiente.



FONTEBHAZ
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