Julgamento dos acusados de matar fisiculturista de Sete Lagoas em BH será retomado nesta terça

Pai do fisiculturista Allan Pontelo quer justiça pela morte do filho
Foto: Alex de Jesus/O TEMPO

O julgamento dos seguranças acusados da morte do fisiculturista Allan Guimarães Pontelo, de 25 anos, vai ser retomado na tarde desta terça-feira (25), no Fórum Lafayette, no Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Nesta fase estão previstos os debates entre defesa e acusação, e um dos réus também deve ser ouvido.

A audiência estava marcada para começar às 8h30. No entanto, de acordo com a assessoria de imprensa do fórum, precisou ser adiada para as 14h devido à hospitalização do advogado de defesa Ércio Quaresma.

“Graças a Deus, o processo está andando. Para mim é uma eternidade, gostaria que no dia que eu enterrei meu filho pudesse ver os canalhas atrás das grades pagando. Meu filho não vai vir de volta. Eu clamo por justiça e espero que a transparência venha”, disse o pai de Allan, Dênio Pontelo, de 50 anos.

A sessão será presidida pela juíza Fabiana Cardoso Gomes Ferreira.


“Quebraram a cabeça do meu filho. Eles destruíram o Allan”, diz pai de vítima

Com uma blusa com a foto do filho e uma Bíblia nas mãos, Dênio se emociona toda vez que relembra o crime. Ele estava com o jovem horas antes do assassinato.

“Até 23h30, meu filho estava lá em casa comigo. Tinha acabado de levar a irmã ao médico. O menino saiu e, às 3h, tinha policial tocando meu interfone e falando que meu filho tinha dado ‘overdose’. Falaram: ‘seu filho está morto lá na boate, tem como ir reconhecer?’. Eu falei que ia, não me deixaram entrar. Na hora que cheguei no IML e vi meu filho desmoronei, estava todo quebrado. Quebraram a cabeça do meu filho, quebraram a boca, eles destruíram o Allan”, contou aos prantos.


Durante esses três anos, a família recebe apoio de amigos e outras pessoas que souberam do caso. A fé também é o alicerce de Dênio.

“A vida da família mudou demais, não tenho palavras para descrever tanto sofrimento. Depois disso tudo, aqui na Bíblia a gente encontra mais sabedoria para encarar essa dor. Eu estou nessa luta desde o princípio. Eu preciso mostrar para a sociedade que meu filho era honesto, tinha caráter, não era bandido. Quero provar que meu filho é digno e não mexia com nada ilícito”, finalizou.

Início de julgamento

O julgamento teve início na manhã dessa segunda-feira (24) e se estendeu ao longo do dia. Ao todo, 14 testemunhas foram ouvidas. Dos dois seguranças julgados, apenas um esteve no fórum, o que não impediu a realização do júri.

Allan foi espancado dentro da boate Hangar 677 em setembro de 2017.

Esta matéria está em atualização.

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