Minas deve ter mais três dias de feriado depois da Semana Santa

Projeto de Lei tem como objetivo emendar o recesso, que começa nesta sexta-feira, até a quarta (7/4). Votação na Assembleia Legislativa será nesta terça (30/3)

Projeto de Lei que visa permitir ‘superferiado’ em MG é de autoria do presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Um Projeto de Lei (PL) que autoriza Minas Gerais a ter um “superferiado” após a Semana Santa será votado na Assembleia Legislativa (ALMG) nesta terça-feira (30/3). A ideia é estender o recesso, que terá início na sexta-feira (2/4), até quarta-feira (7/4), para aumentar o isolamento social no estado, na tentativa de conter o avanço da COVID-19.

Para estender o feriado, o projeto, de autoria do presidente da ALMG, deputado Agostinho Patrus (PV), prevê que os feriados estaduais de 21 de abril de 2021, 2022 e 2023, referentes a Tiradentes, sejam antecipados para 5, 6 e 7 de abril deste ano.

Como justificativa para o PL, Patrus destacou a pressão na rede hospitalar mineira e a aposta no isolamento social para reduzir a velocidade de contágio do novo coronavírus.

“Pretende, ainda, com a permissão de alteração das datas dos feriados, colaborar nas medidas de distanciamento social, que, além da vacinação e associadas às demais medidas não farmacológicas, são, até o momento, as estratégias mais efetivas para a redução da velocidade de contágio e de óbitos pela COVID-19”, argumentou o parlamentar.


O projeto não deve ter obstrução na Assembleia, uma vez que foi encaminhado aos deputados ainda nesta segunda-feira e a intenção da Casa é aprovar a medida rapidamente. Três reuniões foram agendadas na ALMG: uma de manhã, outra de tarde e uma última na parte da noite, esta última, se preciso for, para acelerar a votação, que será em turno único. A construção do texto teve participação do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), o que sugere que, em caso de aprovação, o PL será sancionado.

Em nota conjunta à imprensa, o governo de Minas e a Assembleia Legislativa destacaram que o estado passa por um “cenário de guerra”, o que exige a adoção de medidas ainda mais enérgicas para tentar frear os números alarmantes.

“Minas Gerais passa hoje por um cenário de guerra, com um alarmante índice diário de mortes, o que exige dos Poderes Estaduais a adoção de medidas ainda mais enérgicas de combate à pandemia.”


O projeto também facilita o ingresso de trabalhadores do sistema de saúde na linha de frente. A medida prevê a ampliação dos serviços de saúde por meio da convocação de profissionais voluntários; contratação de estudantes da área de saúde; contratação de serviços de saúde por meio de credenciamento de pessoa física ou jurídica; e a contratação temporária de profissionais da área de saúde aposentados.

Descontrole

Minas confirmou 1.733 mortes pela COVID-19 em uma semana, entre 23 e 29 de março. Números que fazem com que o estado tenha registrado recorde na média móvel, com 247 óbitos.

Essa marca representa aumento de 22,9% em relação à semana anterior (no dia 23), quando foram contabilizadas 201 mortes.




De acordo com o boletim epidemiológico, divulgado pela SES-MG nesta segunda-feira, o estado totaliza 1.103.687 casos. Minas ultrapassou a marca de 1 milhão de casos em 18 de março, portanto em 11 dias foram diagnosticadas mais 103 mil pessoas com a doença.

Os números indicam que a transmissão no estado segue curva ascendente.




Mesmo com dados represados no fim de semana, o número de mortes em um dia por COVID-19 foi bastante alto: 101 pessoas perderam a vida para o novo coronavírus.

As mortes ocorreram em 796 dos 853 municípios mineiros. Ao todo, 23.788 pessoas já morreram por complicações causadas pela doença.

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