‘Espancamento brutal’, diz delegada sobre briga entre Galoucura e Máfia Azul

Quatro torcedores do Atlético estão presos e vão responder por tentativa de homicídio; cruzeirense está em estado grave

Douglas Mafno AFP

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deu mais detalhes a respeito da briga generalizada entre integrantes das torcidas organizadas Galoucura e Máfia Azul que aconteceu durante o jogo entre Brasil e Paraguai, na última terça-feira (1), no estádio Mineirão. Ao todo, 21 pessoas foram presas, todas elas torcedoras do Atlético – quatro foram encaminhadas ao sistema prisional e responderão por tentativa de homicídio contra dois torcedores do Cruzeiro, que foram hospitalizados.

A delegada Iara França, do Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional, contou como aconteceu a confusão. “Conseguimos apurar que foi uma briga do setor Roxo contra o Amarelo. No Roxo, se encontravam integrantes e simpatizantes de uma torcida organizada vinculada ao Atlético e, no Amarelo, do Cruzeiro”, explicou.

“Em dado momento, essas pessoas começaram a se provocar, com provocações mútuas, e os atleticanos pularam a divisória e começou uma briga generalizada”, contou. Foram arrancadas cadeiras da arena, que foram arremessadas uns contra os outros, além de chutes e pontapés. “Os atleticanos tentaram voltar ao setor Roxo para se esconderem dos policiais”, completou.

Dois membros da Máfia Azul, um de 31 e um de 33, foram os mais feridos. “Conseguimos coletar imagens da briga e individualizar a conduta. Foi um espancamento brutal de duas vítimas”, afirmou Iara. O homem de 33 recebeu atendimento medico no Mineirão. Foi liberado, chegou a ir à delegacia mas precisou ser encaminhado ao hospital. Já o outro teve traumatismo craniano e permanece internado em estado grave.

Segundo ela, um dos envolvidos que mais incitaram e participaram da briga foi Josimar Júnior, de 32 anos, presidente da Galoucura, com passagens pela polícia – ele está entre os que permanecem presos preventivamente. Os outros são dois homens, um de 25 e outro de 35, e um adolescente de 16 anos. O restante dos 17, entre eles outro menor, foram liberados após o jogo e vão responder pelo crime de promover tumulto, previsto do Estatuto do Torcedor.

As duas vítimas ainda serão ouvidas. “Importante dizer que não houve a possibilidade de ouvir as duas vítimas. Dentro de um prazo de 10 dias isso vai acontecer ou oportunamente, pra gente poder individualizar melhor a conduta e saber da motivação do ocorrido e verificar se há mais autores desse espancamento”, afirmou Felipe Falles, chefe da Divisão Especializada de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente.

Posição

Em nota, o Mineirão informou que lamenta e repudia qualquer ato de violência que “atrapalhe o clima de descontração e festa da torcida brasileira”.

Nas redes sociais, a torcida Galoucura comemorou as agressões, como se fosse uma vitória contra os rivais. Porém, as postagens foram apagadas em seguida. A Máfia Azul não se posicionou.

O jogo

A partida foi válida pela 16ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo do Catar, que acontecerá no fim deste ano. O Brasil venceu por 4 a 0, com gols de Raphinha, Philippe Coutinho, Antony e Rodrygo.

Nas arquibancadas do Mineirão, entre os mais de 32 mil torcedores, havia diversas pessoas com camisas de times, principalmente da Raposa e do Galo. Cânticos clubistas foram cantados durante todo o evento, mas de mandeira saudável a maior parte do tempo.

COMPARTILHAR

SEM COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA