Santa Casa de BH: Saiba quem são os pacientes que morreram após o incêndio

Otávio e Cezar são duas das vítimas que morreram após o incêndio na Santa Casa de Belo Horizonte — Foto: Montagem: Reprodução / Instagram e Flávio Tavares / O Tempo

O incêndio que atingiu a Santa Casa de Belo Horizonte resultou na morte de dois pacientes que estavam em tratamento no hospital. As vítimas não foram atingidas pelas chamas e nem inalaram fumaça em excesso, mas devido ao estado frágil de saúde, não resistiram ao deslocamento e a correria para esvaziar o edifício no momento do incêndio.

Uma das vítimas é o jovem Otávio Jordany Melo Rezende, que tinha 23 anos e estava na Santa Casa para tratar de um linfoma de hodgkin – tipo de câncer que ataca o sistema imunológico. Natural de Pimenta, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, Otávio se tratava há um ano e meio e estava otimista, segundo a namorada do rapaz.

“Ele tinha muita vontade de viver. Nunca reclamou dos tratamentos, sempre encarou com muito otimismo as sessões de quimioterapia, era um cara exemplar. Se não fosse o incêndio, certamente ele sairia dessa”, conta Júlia Moura, que esteve no Instituto Médico Legal de Belo Horizonte para fazer a liberação do corpo do namorado.

Ainda abalada pelo ocorrido, ela explicou que o incêndio que atingiu o décimo andar do hospital teve início do quarto de frente onde Otávio estava internado, no Centro de Terapia Intensiva. “Ele era um paciente que não tolerava transporte, o quadro dele era grave, dentro do tratamento, mas estável. Então tiveram que removê-lo, e ele não resistiu”, detalha Júlia.

Empresário rural e técnico em agropecuária, Otávio precisou interromper a faculdade para tratar do câncer.

MORTE DURANTE A FUGA

O outro paciente que não resistiu ao deslocamento em virtude do incêndio foi Cezar Freitas de Jesus, que tinha 51 anos. Morador de Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, Cezar estava na Santa Casa há mais de uma semana para tratar de uma erisipela – infecção que atinge, principalmente, as pernas.

Segundo o filho da vítima, Rafael Fernandes Freitas do Santos, de 24 anos, no hospital Cezar descobriu outros problemas de saúde como pressão alta e água nos pulmões. Apesar disso, o estado de saúde não era grave.

Quando o incêndio teve início, Cezar ainda conseguiu falar com o filho pelo WhatsApp, contando que estava com medo da situação. Internado no 9° andar, ele desligou os aparelhos e tentou fugir para a rua, mas só chegou até o terceiro andar.

“Quando começou a correria para evacuar o hospital ele desligou os aparelhos, ou desligaram, ainda não sabemos, e ele tentou fugir. Acharam ele no terceiro andar e tentaram reanimá-lo, fizeram massagem cardíaca, mas ele não resistiu”, detalha o filho.

“Meu pai era um cara sadio, foi para o hospital tratar de um inchaço nas pernas. Não era para isso ter acontecido”, lamenta. Cezar deixa esposa e três filhos.

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