Moradores e lideranças repudiam proposta da Cemig de instalar usina solar em Três Marias

Foto: Divulgação

Moradores e líderes de cidades ao redor do Lago de Três Marias, na Região Central de Minas Gerais, expressaram forte repúdio à proposta da Cemig de instalar placas solares fotovoltaicas no espelho d’água da represa. O tema foi discutido na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em uma audiência da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

A Cemig pretende ocupar 55 hectares do reservatório com uma usina flutuante que geraria 78 megawatts, mas moradores e líderes locais reivindicam que as placas sejam instaladas em terras próximas à usina hidrelétrica da empresa, evitando impactos nas atividades locais. No entanto, a empresa alega que não há viabilidade legal para essa opção.

Durante a audiência, representantes da Cemig afirmaram que o projeto não traria impactos significativos e garantiriam o uso múltiplo das águas, mesmo sob protestos dos participantes. Muitos dos presentes destacaram o trauma que a região enfrentou após a inundação e a expulsão de pequenos produtores durante a construção da represa, expressando que a usina proposta seria um novo golpe para a comunidade.

Além disso, empreendedores locais, como Vicente de Paulo Resende, ex-prefeito de Três Marias, e Cláudio Lúcio Pereira, enfatizaram o impacto negativo no turismo da região, afirmando que o projeto comprometeria o cenário cênico e atividades econômicas, como a pesca. O prefeito de Três Marias também expressou preocupações com possíveis problemas durante períodos de seca ou tempestades.

Parlamentares presentes na audiência, incluindo a deputada Beatriz Cerqueira e o deputado Professor Cleiton, já protocolaram um projeto de lei para vetar a instalação das placas fotovoltaicas flutuantes no lago de Três Marias. Eles destacaram a falta de diálogo da Cemig com os moradores e preocupações ambientais, como a redução do nível de evaporação e os impactos na vida aquática.

Apesar da disposição da Cemig em participar dos debates, vários moradores apontaram falhas no atendimento da companhia. O presidente da comissão, deputado Tito Torres, ressaltou a importância do diálogo e cobrou um melhor atendimento à população por parte da empresa.

Apoio significativo foi manifestado à deputada Beatriz Cerqueira, que enfrentou ameaças e obstruções ao seu trabalho político, tanto pelos parlamentares presentes quanto por diversos participantes da audiência. A situação segue em discussão, evidenciando um embate entre os interesses energéticos e ambientais da região.

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