Vendas nos shoppings em Minas chegam a cair 11% no Natal

Foto: Divulgação/ O Tempo

Nem mesmo as vendas de Natal escaparam do resultado negativo neste ano. No Estado, segundo levantamento da Associação dos Lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais (AloShopping MG), o recuo foi de 11% na comparação com o resultado de 2015. “Começamos a sentir a crise em 2014, ela se aprofundou em 2015 e agora chegamos no fundo do poço”, reclama o superintendente da entidade, Alexandre Dolabella França. No ano, a queda média na comercialização foi de 10%. De acordo com ele, foram os piores resultados desde o início do Plano Real.

A pesquisa foi feita com 150 lojistas de shoppings da capital, além de Contagem e Betim, ambas as cidades na região metropolitana de Belo Horizonte, e Sete Lagoas, situada na região Central do Estado. “O universo representado no levantamento chega a 1.000 lojas. Afinal, há lojistas com dez, 15 lojas ou mais”, observa.

 

França diz que diante do cenário econômico de juros, inflação, endividamento e desemprego altos, já era esperado um resultado negativo. “O que assustou e causou surpresa negativa foi a intensidade da queda. Foi realmente um Natal das lembrancinhas”, diz. O tíquete médio ficou em R$ 100, menor que os R$ 140 de 2015.

O superintendente destaca que, com menos gente no mercado formal de trabalho, os recursos do 13º salário também foram menores. “Fora que ainda teve o impacto do atraso do pagamento do funcionalismo público nas vendas e também a insegurança do consumidor com relação ao desemprego”, analisa.

Foi no último dia 07 que o Governo de Minas Gerais anunciou como ira pagar o 13º salário dos servidores. De acordo com a Secretaria de Planejamento e Gestão, todos os servidores, independente de quanto ganham, receberam metade do valor do benefício no dia 22 de dezembro de 2016.

E no próximo ano, no dia 24 de janeiro, será paga a segunda parcela, no valor de até R$ 3.000, de modo que os servidores que ganham até R$ 6.000 receberão integralmente o 13º no primeiro mês ano. Conforme o Governo, este perfil representa 95% de um total de 465 mil funcionários ativos e inativos. Já para quem tem o salário superior a R$ 6.000, o restante do valor devido será pago no dia 24 de março de 2017.

 

Mais intenso

O resultado de Minas foi pior que o dado nacional. Segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), as vendas em lojas de shopping caíram 3% no Natal de 2016 na comparação com igual período do ano anterior. O desempenho foi apurado por meio de pesquisa feita com 150 empresas de varejo associadas à entidade.

Conforme estimativas da Alshop, as vendas em lojas de shopping no ano de 2016 acumulam R$ 140,5 bilhões. O resultado este ano é 3,2% menor em termos nominais do que o de 2015, de acordo com o estudo.

O resultado dos shoppings de Minas Gerais foi bem pior que o verificado em 2015, quando o recuo nas vendas natalinas foi de 3% frente o ano anterior. Naquele ano, a retração foi de 2% na comparação com 2014.

O superintendente da AloShopping MG ressalta que na divisão por segmento, o pior resultado no Natal de 2016 foi verificado no setor de joias e bijuterias, com queda de 18%, seguido por cama, mesa, banho e eletrodomésticos (-17%).

 

No acumulado deste ano, a retração mais intensa foi do setor de cama, mesa, banho e eletrodomésticos, com recuo de 22%. A segunda posição foi ocupada por joias e bijuterias (-14%).

 

Perspectiva

Diante de uma queda intensa na comercialização na data comemorativa mais importante do varejo, o Natal, os lojistas entrevistados pela AloShopping MG não estão nada otimistas para 2017, conforme o superintendente da entidade, Alexandre Dolabella França. “O levantamento mostrou que 70% ainda estão pessimistas com o resultado das vendas para o ano que vem”, diz.

Para ele, o primeiro trimestre do próximo ano ainda será difícil, com o desemprego ainda em alta. “Se a política não atrapalhar, a situação deve melhorar no segundo semestre de 2017, com estabilização do desemprego, juros mais baixos e boa perspectiva de safra, o que deve impactar, em especial, no desempenho do varejo do interior”, analisa.

VIARedação
FONTEJULIANA GONTIJO/ O TEMPO
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