Romeu Zema (Novo) é eleito governador de Minas Gerais no segundo turno

Foto: Cristiane Mattos

Romeu Zema foi eleito governador de Minas Gerais, neste domingo (28), em disputa no segundo turno. Com 70,98% das urnas apuradas, ele tem 71,20% dos votos válidos e não pode mais ser alcançado pelo seu adversário, Antonio Anastasia (PSDB), que soma 28,8%.

Nas pesquisas de intenção de voto realizadas durante a campanha de segundo turno de ambos os candidatos, Zema liderou com ampla vantagem sobre o tucano. O empresário, entretanto, começou a crescer na semana que antecedeu o primeiro turno das eleições. Há três dias do pleito, Zema somava 20% das intenções de voto, segundo o Datafolha, contra 27% de Pimentel. Anastasia, por sua vez, liderava isoladamente com 41%.

Na contagem de votos do primeiro turno, porém, o tucano somou 2.814.704 votos, o que representou 29,06% do total. Zema foi quem mais recebeu votos, com um total de 4.138.967 votos (42,73%).

Esta é a primeira vez em que um candidato do Partido Novo conquista o cargo de governador de um estado. A reta final da campanha do empresário ficou marcada pela escolha de não participar de debates, confirmando presença apenas no último confronto, realizado pela Rede Globo no último dia 25.

Veja o perfil de Romeu Zema:

Família e formação

Nascido em 28 de outubro de 1964, Romeu Zema Neto tem 54 anos, completos neste domingo (28). Sua cidade natal é Araxá, no Triângulo Mineiro, é divorciado e pai de dois filhos. É filho do empresário Ricardo Zema e bisneto do italiano Domingos Zema, criador do Grupo Zema em 1923, em Araxá.

É formado em administração pela Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Assumiu a presidência do Grupo Zema em 1991, expandindo a rede varejista para 430 lojas nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia e Espírito Santo.

O grupo opera em cinco ramos: varejo de eletrodomésticos e móveis, combustível, concessionárias de veículos, serviços financeiros e autopeças. O grupo, aliás, pretende faturar R$ 3,5 bilhões neste ano.

Política

Zema deixou o comando da empresa para se filiar ao Partido Novo, em 2018. Durante toda a sua campanha, posicionou-se como alternativa à “velha política”, atacando pontos como trocas de favores, negociação de cargos, corrupção e cabides eleitorais.

Recentemente, envolveu-se em uma polêmica, quando foi descoberto que foi filiado ao Partido da República, de 1999 a janeiro deste ano. Seu pai e irmão, Roberto e Romero Zema, também se filiaram ao PR naquele ano.

O empresário justificou seu envolvimento com o Partido, dizendo que não se lembrava da filiação.

De perfil neoliberalista, Zema afirma que vai romper com a velha política, diminuir a interferência do Estado na economia e promete privatizar algumas instituições estatais. Também promete reduzir o número de secretarias.

Declarou apoio a Jair Bolsonaro logo no primeiro turno das eleições em debate realizado pela Rede Globo. Segundo cientistas políticos, o apoio ao capitão do exército somado ao discurso de Zema de romper com a velha política favorecerem o empresário a ganhar as eleições.

Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), declarou um patrimônio num total de R$ 69.752.863,96.

Um dos desafios de Zema será a articulação com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Dos 77 deputados eleitos, apenas três são do Novo: Laura Serrano, Bartô do Novo e Guilherme da Cunha.

Atualizada às 18h46

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