A Polícia Militar (PM) admitiu saber que o soldado suspeito de assassinar a ex-companheira na tarde dessa sexta-feira (4), em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, tinha dificuldades para lidar com a separação.
O crime foi cometido por Marcos Antônio Soares, de 28 anos, que suicidou após matar Naiara Lopes Soares, de 22, no bairro Vila Nova Suíça. O tio da vítima também foi baleado ao tentar defendê-la e está internado no Hospital João XXIII, em BH.
O policial estava em tratamento psicológico, mas foi considerado apto para o trabalho e tinha uma arma à disposição. Há cerca de duas semanas ele foi avaliado por um psicólogo do batalhão em que trabalhava na cidade, onde fazia serviço interno, na Sala de Operações.
A capitão Danúbia Lopes, chefe da Sala de Imprensa da PM, afirma que há cerca de dois meses um atrito verbal entre o casal foi registrado pela corporação e que o militar procurou tratamento por não conseguir lidar com o fim do relacionamento.
“Todo o acompanhamento que a Polícia Militar fez dava conta de que ele estava pronto para as atividades do serviço operacional”, contou, ressaltando que a corporação lamenta o ocorrido e tem acolhido as famílias envolvidas.
Um irmão de Naiara, que não quis ser identificado, afirmou que Marcos não aceitava que a companheira estudasse e que o policial fez ameaças ao pensar em uma possível separação. “Ele chegou a falar que se minha irmã o largasse, ele se matava e a matava também. Ele também tinha sérios problemas de droga e álcool e chegou a ser internado.”
Segundo o irmão da vítima, a família tentou ajudar, mas o policial tinha recaídas. “Nesse caso, tenso do jeito que estava, infelizmente a polícia não soube trabalhar direito”, declarou.
De acordo com parentes da vítima, Marcos e Nayara se separaram há pouco tempo. A mulher pediu divórcio por medo, já que havia sido ameaçada várias vezes e registrou várias ocorrências contra o ex-marido. Após pedir a separação, ela se mudou para o interior, mas foi Nova Lima para assinar o documento de divórcio.
