Após apresentar no início de abril sintomas como febre constante e muita dor de cabeça, o betinense João de Figueiredo Pereira, 37, foi a um hospital particular de Betim para saber se estava infectado pela Covid-19. Mas, na unidade, mesmo após informar que é do grupo de risco para a doença pois tem hipertensão, ele recebeu da médica o diagnóstico de dengue.
“Fui orientado a me tratar em casa. Mas com os dias, os sintomas pioraram. Passei a ter diarreia forte, sentia muita dor no corpo e perdi 100% dos sentidos do paladar e olfato”, disse o empresário, que acredita ter sido infectado em Betim, já que não viajou antes de apresentar os primeiros sintomas.
Intrigado com a situação, o betinense, depois de ler muitos artigos a respeito do novo coronavírus, resolveu buscar um laboratório particular para confirmar se realmente não havia sido contaminado pelo vírus. “A perda dos sentidos do olfato e paladar são característicos de quem tem Covid, conforme li. Daí, fiz o teste de PCR e sorologia por conta própria. Os dois testaram positivo para a doença”, contou.
Segundo Pereira, como não sabia que estava com a Covid-19, ele não fez o isolamento domiciliar e levou uma vida normal. “Infelizmente, posso ter passado a doença para outras pessoas sem saber. Fiquei revoltado com isso. Depois de confirmada a doença, fiz os mesmos testes na minha esposa e filha, no sogro de 73 anos e na moça que trabalha na minha casa. Os resultados para todos deram negativo para a doença”, afirmou o empresário.
O betinense também lamentou que, mesmo depois de estar curado da doença, sofreu muito preconceito. “As pessoas precisam parar de achar que chegar perto de quem foi contaminado vai morrer. Algumas, quando ficaram sabendo que eu tinha pegado a Covid-19, não chegaram perto de mim e ainda criaram uma confusão gigante onde moro. Até o fim deste período, 80% da população vai se contaminar, conforme informações da OMS”, disse.
