Mulher de 44 anos é perfil do paciente com Covid-19; homens morrem mais

Dados apontam o perfil dos pacientes de Covid
Foto: Rubia Cely / Funed

Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) montou o perfil clínico e demográfico de 28.854 pacientes brasileiros diagnosticados com o novo coronavírus (Covid-19). Segundo os dados obtidos, o principal perfil desses pacientes no Brasil é majoritariamente feminino (56%) e tem idade média de 44 anos. No entanto, quando comparados os índices de mortalidade, os homens morrem ligeiramente mais (55,0%) do que elas.

Estas foram algumas das principais conclusões do artigo Clinical characteristics and outcomes of Brazilian patients with severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 infection: an observational retrospective study. A amostra foi produzida em colaboração com pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas, Escola de Engenharia e Hospital das Clínicas da UFMG

SINTOMAS MAIS COMUNS DE COVID-19

A pesquisa da UFMG também detectou os sintomas mais comuns apresentados no momento do atendimento hospitalar, como tosse (42,39%), febre (38,03%) ou sensação febril, falta de ar/dificuldade respiratória com saturação de oxigênio <95% (30,98%) e dor ao engolir (odinofagia).


De modo geral, a infecção por SARS-CoV-2 foi mais frequente entre adultos com idade entre 30 e 39 anos e, assim como em outros países, no Brasil também a mortalidade é maior em pacientes em faixas etárias mais avançadas, entre 70 e 79 anos. A taxa de mortalidade foi de 8,06%, a taxa de recuperação, de 30,7% e foi de 17,3% a taxa de pacientes que precisaram ser internados até sua recuperação total. O tempo médio entre o início dos sintomas e a morte foi de 10,3 dias.

POPULAÇÃO BRASILEIRA

Segundo a professora Maria de Fátima Leite, do departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, que coordenou a pesquisa, o extenso volume de dados foi coletado e analisado logo nos primeiros meses da pandemia. Embora com a evolução dos casos esses dados já possam ser diferentes, conhecer esses dados permite uma melhor compreensão da evolução da infecção na população brasileira e uma possível melhor resposta no seu enfrentamento.


“Nosso estudo reforça a necessidade de sistemas de notificação compulsória em todo o mundo, para que se possa compreender melhor uma nova doença e avaliar de forma mais eficaz e mais ágil a possibilidade de novas pandemias”, recomenda Fátima Leite. Ela destaca ainda que a literatura com dados genuinamente brasileiros ainda é escassa e que, tentando contribuir melhor para preencher essa lacuna eles agora preparam o Registro Nacional de pacientes com covid-19: “em fase final de análise dos dados”, conclui.

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