Sem emprego na pandemia, motorista de escolar se reinventa e transforma van em sacolão

Faturamento ainda está longe do que o casal ganhava com o transporte escolar, mas empreendedora comenta: 'Estamos mergulhados no projeto e vivendo disso, ninguém fica sem comida'.

Durante 12 anos, o transporte escolar de crianças foi a fonte de renda do casal Christiane Góis Januário e Francisco Jader Silva, na cidade de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ela com uma van e o marido com outra. Até que chegou a pandemia.

“Nós trocamos meninos por frutas”. Foi o que a motorista Christiane disse ao contar que, para sobreviver sem as aulas, precisou transformar a van escolar em sacolão móvel.

Ela lembra que, quando as escolas fecharam por causa do coronavírus, ela e o marido ficaram sem renda e começaram a pensar no que iriam fazer.




“Quando a gente viu que a pandemia, que esse isolamento social, ia perdurar por um tempo indeterminado, a gente decidiu que não podíamos ficar parados, tínhamos que fazer algo”, diz Christiane.

Com as duas vans paradas na garagem, o jeito foi resgatar uma antiga ideia. Eles transformaram os veículos em sacolão móvel.




“Fizemos a primeira compra, gastei cerca de R$ 2 mil reais, fiz o Instagram, e comecei a divulgar na lista de transmissão, primeiramente para os pais dos alunos que a gente transportava. E o pessoal amou a ideia”, lembra a motorista.

Donos de transporte escolar transformam van em sacolão móvel — Foto: Chistiane Januária/Arquivo pessoal




Os pais dos alunos, seus primeiros clientes, adoraram a ideia e começaram a indicar para outras pessoas o serviço do “Sacolão na Porta”, como é chamado o projeto do casal.

Atualmente o Sacolão na Porta atende 25 pessoas por dia. Para atender aos clientes, Francisco e Christiane mudaram toda a estrutura do veículo.




“A primeira ideia foi arrancar os bancos. Eu fiz essa adaptação toda com as divisões, fruta por fruta, e fiz toda a adaptação na van”, conta Christiane.

Compras




O casal usa um aplicativo para vender as frutas. Os clientes entram no sistema e escolhem o que querem comprar. Depois, Francisco e Christiane montam a rota para entrega.

“As pessoas fazem o pedido, nós selecionamos o dia e a região, vamos até o local, quem pediu antecipado a gente já entrega o produto fechado pra pessoa. E aproveitamos, vamos com a van preparada pra quem tiver no lugar e quiser comprar ali na van ter essa opção também”, diz Christiane.




Christiane e o marido transformaram van escolar em sacolão móvel — Foto: Reprodução TV Globo

O faturamento ainda está longe do que eles ganhavam com o transporte escolar: caiu de R$ 20 mil por mês para R$ 4 mil.




Mas isso não desanima o casal, pelo contrário: “A comida eu sei que não vai parar, com pandemia acabando, vacina chegando, as pessoas não vão parar de comer. Então, eu estou no essencial e totalmente mergulhada no que estou fazendo”, diz Christiane.

FONTEG1
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