O monitoramento dos esgotos de Belo Horizonte estima que há mais de um milhão de pessoas com Covid-19 na cidade pela segunda semana consecutiva, mesmo com uma leve queda. Assim, a capital segue no patamar mais alto de potenciais contaminados desde o começo do monitoramento da rede de esgoto, em abril. O número atual supera o recorde anterior de cerca de 800 mil no final de julho.
A análise leva em conta a semana epidemiológica 49, que vai de 29 de novembro a 5 de dezembro, período em que os índices oficiais da pandemia contabilizados pela prefeitura também aumentaram. “Este cenário reflete o aumento expressivo da circulação do vírus em Belo Horizonte e indica a tendência de agravamento da pandemia na capital. Ressalta-se, uma vez mais, a importância do fortalecimento de medidas de prevenção e controle para redução da disseminação do vírus no município”, diz o relatório de monitoramento do esgoto.
Todas as regiões monitoradas pelo boletim tiveram amostras positivas para Covid-19 e as altas mais acentuadas foram nas sub-bacias das regiões Noroeste, de bairros como Alto dos Caiçaras e Carlos Prates; Centro-Sul, abrangendo Funcionários e Savassi; e Leste, incluindo Santa Efigênia, Paraíso e Vila Cafezal. Por outro lado, as sub-bacias que atendem as regiões Nordeste e Norte mostraram diminuição de infectados nessas áreas.
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) confirmou 56.948 casos de Covid-19 e 1.723 óbitos até então. Nessa quinta-feira (10), o índice de transmissão da doença e a ocupação dos leitos de UTI decaíram, após uma sequência de altas, mas permanecem no nível amarelo, de alerta.
Em Contagem, na região metropolitana de BH, a estimativa de contaminados caiu de cerca de 200 mil para 170 mil. Oficialmente, o município soma 11.846 casos confirmados e 471 óbitos.
O projeto
O Monitoramento COVID Esgotos é realizado em 24 pontos de coleta no sistema de esgotamento sanitário de Belo Horizonte e Contagem pela Agência Nacional de Águas (ANA) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis/UFMG). A ação é conduzida em parceria com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
As amostras são analisadas no laboratório de microbiologia do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
