Laudo identifica anestésico em fisiculturista morto em boate e BH

Polícia Civil investiga se a substância pode ter causado a morte de Allan Pontelo

Foto: Reprodução do Facebook

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) mostrou que havia uma substância chamada cetamina no organismo do fisiculturista Allan Guimarães Pontelo, 25, morto em 2 de setembro na boate Hangar 677. A informação foi repassada pela defesa da empresa que fazia a segurança da boate e confirmada pela Polícia Civil.

Na última semana, a corporação chegou a divulgar que não foram encontradas drogas nem álcool no corpo do jovem. O delegado Magno Machado justificou nesta segunda-feira que a cetamina é um medicamento. “As investigações vão continuar, só vou me pronunciar no final”, disse o investigador.

Segundo o coordenador do Centro de Referência em Drogas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Frederico Garcia, a cetamina é um anestésico que só pode ser usado no ambiente hospitalar, ou seja, não pode ser adquirido em farmácias. “O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) usa muito, o efeito é rápido”, acrescenta o médico.

Há alguns anos, a substância tem sido consumida para outros fins, diz Garcia. “Ela tem sido usada como droga e a overdose pode levar a parada respiratória”, explicou o coordenador. A substância causa um efeito de “bem estar”, conforme Garcia.

Há cinco anos, a cetamina tem sido utilizada em baladas no Brasil. Em países da Europa, como França e Inglaterra, a substância já é um problema para as autoridades há 15 anos, de acordo com Garcia. A cetamina pode ser injetada ou cheirada.

No laudo do Instituto Médico Legal (IML) repassado pela defesa da empresa de segurança Cy Security e Vigilância não há menção da quantidade de Cetamina encontrada no organismo do fisiculturista Alan Guimarães Pontelo.

O pai do fisiculturista, o técnico em eletrônica, Dênio Luiz Pontelo, 47, não acredita que o filho usava drogas. “Perante aos meus olhos, meu filho estava sempre lúcido. Falaram que ele morreu de overdose, mas não acharam drogas no corpo”, disse. O homem acredita que os comprimidos de ecstasy e os papelotes de cocaína encontrados com Pontelo foram “plantados” pelos seguranças. “Hoje faz 30 dias que meu filho morreu, quatro missas estão sendo celebradas em Sete Lagoas”, se emociona.

O técnico em eletrônica informou que, independentemente, da causa da morte do filho vai continuar lutando pelos outros. “Eram 5 (filhos), agora são quatro. Um casal de gêmeos que tem cinco meses. O maior médico e juiz é Deus”, finalizou.

 

Contradição

A causa da morte de Pontelo ainda não foi esclarecida. Somente o laudo da necropsia vai poder esclarecer o que de fato ocorreu com o jovem. Os organizadores do evento alegam que Pontelo foi encontrado com drogas e que, ao ser abordado pelos seguranças, ficou exaltado, e teve um ataque cardíaco. Já um dos amigos da vítima alegou que os funcionários da boate forçaram a saída dele do local. O corpo da vítima apresentava vários hematomas.

Por meio da nota, o advogado da empresa de segurança, Ércio Quaresma, informou que “não é e nunca foi nossa intenção criminalizar o rapaz, longe disso. Nós, mais do que ninguém, queremos a verdade, apenas isso. E na busca dessa verdade, não podemos ignorar nenhum fato que possa ajudar a elucidar o que aconteceu naquela noite”.

Por meio da assessoria de imprensa, a boate Hangar 677 informou que só vai se pronunciar por meio dos advogados da empresa Cy Security e Vigilância – que repassou o laudo.

VIARedação
FONTEO Tempo
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