Mineiro é preso por fazer 173 mulheres e adolescentes de escravas sexuais

Suspeito foi preso na operação Sodoma
Foto: Alex de Jesus

Cerca de 173 mulheres e adolescentes de 13 Estados brasileiros viraram escravas sexuais de um mineiro de 32 anos que foi preso em Juatuba, na região metropolitana de Belo Horizonte, na operação Sodoma, comandada pela Delegacia de Crimes Cibernéticos da capital mineira.

De acordo com o delegado Magno Machado Nogueira, o suspeito criou vários perfis falsos nas redes sociais e em aplicativos para aliciar as chamadas “sugar babys”, mulheres que se relacionam com homens mais velhos e endinheirados, popularmente conhecidos como “sugar daddys”.

Porém, após o primeiro contato, o suspeito ameaçava divulgar o conteúdo pornográfico recebido e até mesmo matar as vítimas.

O suspeito não exigia dinheiro, mas obrigava as mulheres a gravar vídeos bizarros para ele, como praticando sexo com cães, introduzir objetos no corpo, e até a assinar um termo de controle de escravidão, onde se comprometiam a fazer que o seu “dono” mandasse.

“Ele praticou uma série de estupros virtuais. É uma modalidade nova, no âmbito jurídico. Ele fazia contatos com essas vítimas e mediante grave ameaça as forçavam a manter relações sexuais com terceiros ou a introduzir todo tipo de objetos no corpo. Ele filmava tudo”, afirmou o delegado Nogueira.

Para reafirmar sua autoridade, o suspeito praticava castigos corporais, obrigava o uso de coleiras e símbolos de posse, controlava e autorizava os orgasmos das escravas, além de exigir que elas usassem somente letras minúsculas para demonstrar inferioridade.

“Tudo feito com muito sadismo”, comentou o delegado, lembrando que o autor fazia um dossiê das vítimas, com nomes de parentes, para conseguir delas o que bem quisesse.

“Ele não extorquia dinheiro das vítimas. O objetivo dele era unicamente satisfazer a sua lascívia sexual e o seu ímpeto sadismo. Algumas mulheres que tivemos contato se mostram bastante assustadas, fragilizadas e muitas, inclusive, tentaram suicídio”, completou.

Investigação

Muitas das vítimas são menores. Uma delas procurou a polícia, que conseguiu chegar ao suspeito depois de 30 dias de investigações. O número de vítimas pode passar de 200 e as investigações continuam.

O suspeito não tinha passagens pela polícia e estava agindo desde 2015. Na casa dele, em Juatuba, a polícia apreendeu vários objetos sexuais para práticas de sadomasoquismo, como mordaças, algemas, celulares, notebooks e tabletes.

No início das investigações, o delegado chegou a suspeitar do envolvimento de até oito envolvidos no crime, mas depois apurou que se tratava de uma única pessoa. “Ele utilizava todos esses perfis e ficava conversando com ele mesmo, criando grupos no WhatsApp e conversava com ele mesmo e com outros vítimas”, informou o delegado Nogueira.

Entre os perfis falsos criados pelo suspeito, alguns ele se passava por mulheres. “A partir desse momento, as personagens faziam o aliciamento, oferecendo até R$ 10 mil para as vítimas, afirmando que era um bom negócio, e os homens criados por ele eram os chamados ‘sugar daddys’. Alguns tinham papel de anjo bom e outro de malvado. O perfil de uma pessoa que se identificava como Anderson dizia que ia ajudar essas garotas a se livrarem daquele que estava ameaçando. Anderson falava que iria matar a pessoa que estava ameaçando, desde que a mulher enviasse mais vídeos e mais cenas de sexo”, relatou Nogueira.

Vídeos do suspeito coordenando grupo de jovens em uma igreja também foram apreendidos pela polícia, situação que o colocava acima de qualquer suspeita. “As pessoas que o conheciam disseram que nunca desconfiaram de nada, que ele parecia uma pessoa normal”, afirmou.

A polícia apura como o suspeito conseguia sobreviver, uma vez que não extorquia dinheiro das vítimas. Segundo o delegado, há informações de que ele trabalhava como motorista de uma empresa. O preso, que não foi apresentado à imprensa, disse que somente vai permanecer em silêncio, segundo o delegado.

O suspeito responderá por violação sexual mediante fraude, extorsão, estupro virtual, e por adquirir e armazenar conteúdos pornográficos no computador contendo cenas de crianças e adolescentes.

VIARedação
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