Ferrovia que liga Sete Lagoas ao Espírito Santo começa a sair do papel

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A Petrocity vai intensificar em janeiro do próximo ano as tratativas com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para buscar o licenciamento ambiental da ferrovia que vai ligar Sete Lagoas, na região Central de Minas Gerais, a São Mateus, no Espírito Santo. O investimento, de R$ 6,5 bilhões, será realizado em duas etapas e deve ser concluído em 2030, com geração de 4.000 empregos durante as obras, a maioria em Minas.

A ideia é que a ferrovia, de 553 km de extensão, seja utilizada para o transporte de diversos tipos de cargas, como pedras ornamentais, derivados do aço, cimento, produtos agrícolas e veículos.

“A demanda reprimida de cargas em Minas Gerais é muito grande, assim como a capacidade ociosa das indústrias, que tem chegado a 70%. E elas não estão investindo no aumento da capacidade produtiva por insegurança nos modais de transporte, custo alto e ausência de modal ferroviário”, diz o presidente da Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva.

O projeto prevê a construção de sete Unidades de Transbordo e Armazenagem de Cargas (Utacs), sendo cinco em municípios mineiros e dois em cidades capixabas, como pontos de convergência com o modal rodoviário. Cada uma vai receber investimento de cerca de R$ 50 milhões.

A ferrovia será ligada a outro empreendimento da Petrocity, o Centro Portuário São Mateus (CPSM), no Espírito Santo. A expectativa é que o licenciamento ambiental do negócio seja concedido em 2020, e a operação, iniciada em 2023. Há, ainda, ideia de integração com o aeroporto de Confins, que ainda vai ser discutida, e com outras ferrovias.

“Queremos levar toda carga que sai de Minas para o Rio Grande do Sul, por exemplo, pela ferrovia e, depois, pelo porto de São Mateus por cabotagem (navegação entre portos). De forma inversa, o que Minas vai importar, em vez de vir pelas rodovias, vem por cabotagem e depois pela ferrovia. Vamos reduzir o custo final para o dono da carga”, afirma Silva.

A expectativa é que a construção da primeira fase da ferrovia, entre São Mateus e Ipatinga seja iniciada em 2023 e concluída em 2025. A segunda etapa, de Ipatinga a Sete Lagoas, deve ser finalizada até 2030.

O valor final do empreendimento ainda pode aumentar com as desapropriações necessárias para a implantação do empreendimento. “O valor já incide as desapropriações, mas elas não foram calculadas em áreas que serão impactadas pela ferrovia”, pontua Silva.

Segundo ele, já há recursos garantidos para o projeto, que tem investidores nacionais e internacionais, principalmente do Oriente Médio e da Europa. A operação da ferrovia, que terá trens modernos e maiores, será assumida por um parceiro.

Foco

Segundo o presidente da Petrocity, embora exista apelo turístico e nada impeça o transporte de passageiros, o projeto da ferrovia prevê, até o momento, apenas o carregamento de cargas.

Empresário diz que governo “abraçou o projeto”

O presidente da Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva, reuniu-se ontem com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), para discutir a ferrovia. Segundo Silva, o governador “abraçou o projeto”. “Ele falou que vai ajudar a dinamizar a economia de Minas, e que o Estado precisa disso”, disse.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), Emir Cadar Filho, o empreendimento pode reduzir os custos e o tempo do transporte. “Minas está com problema de escoamento de carga e tem necessidade de investimento em ferrovias”, afirmou. A reportagem questionou o governo do Estado sobre os resultados da reunião, mas não obteve retorno.

FONTEO Tempo
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